Ter nanismo é conviver diariamente com uma série de desafios e preconceito. O dia 25 de outubro é para lembrar esses desafios e mudar essa realidade. Mas como?
“O público em geral pensa que todas as pessoas pequenas estão em circos ou em miniespetáculos. Nós temos médicos, enfermeiras, estamos em praticamente todos os lugares.”
Essa frase foi uma afirmação feita por Billy Barty, um ator norteamericano, com nanismo, que fez diversos papéis em filmes, programas de televisão e no teatro. Ele foi um forte ativista em prol da inclusão social de pessoas com nanismo.
Desde 2017 o Brasil celebra em 25 de outubro o Dia Nacional de Combate ao Preconceito Contra as Pessoas com Nanismo. A data faz, justamente, referência ao aniversário do ativista Billy Barty e tem o objetivo de trazer uma reflexão a respeito da inclusão das pessoas com nanismo.
Mas você já parou para pensar quais são esses desafios que as pessoas com nanismo vivenciam?
Vamos descobrir então.
Muito embora, as pessoas com nanismo enfrentem várias situações difíceis por causa da falta de acessibilidade, principalmente arquitetônica, como a altura de mobiliários e o alcance de objetos, está no preconceito o maior entrave para a sua inclusão e participação com autonomia.
Tipos de preconceito e discriminação enfrentados por pessoas com nanismo
Esse preconceito pode se manifestar de diversas maneiras, em várias fases e aspectos da vida dessas pessoas como:
- Preconceito e estereótipos sociais: Isso pode incluir a crença de que as pessoas com nanismo são fisicamente frágeis, dependentes ou menos capazes do que outras pessoas.
- Bullying e assédio: Crianças e adultos com nanismo podem ser alvo de bullying, assédio verbal ou físico devido a sua estatura.
- Barreiras físicas e sociais: As pessoas com nanismo podem enfrentar barreiras físicas em ambientes que não são adaptados às suas necessidades, como banheiros, móveis ou equipamentos que não são acessíveis. Além disso, podem enfrentar dificuldades sociais, como serem excluídas de certas atividades ou serem subestimadas em determinados ambientes sociais.
- Estigma e discriminação no local de trabalho: Pessoas com nanismo podem ser vítimas de discriminação no emprego, como não receberem oportunidades de trabalho ou serem preteridas em promoções devido a preconceitos em relação à sua estatura.
- Desrespeito à privacidade: Pode ocorrer invasão de privacidade ou tratamento insensível por parte de estranhos ou mesmo conhecidos, como tirar fotos sem permissão ou fazer comentários inadequados sobre a aparência física.
- Desafios médicos: Além dos desafios sociais, as pessoas com nanismo também podem enfrentar desafios médicos relacionados à sua condição, incluindo acesso limitado a cuidados médicos adequados ou tratamento inadequado devido a estereótipos e preconceitos.
É importante reconhecer essas formas de discriminação e trabalhar para promover a conscientização e a aceitação da diversidade, bem como garantir a igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independentemente de sua estatura ou qualquer outra característica física.
Aqui vale a ressalva que o termo correto é pessoa com nanismo. A pessoa vem em primeiro lugar, a deficiência é apenas uma das características dessa pessoa, dentre tantas outras que ela possui.
A informação para combater o preconceito
Embora a realidade esteja mudando nos últimos anos, ainda há muito a ser trabalhado. Por isso, o melhor caminho é o acesso à informação de qualidade.
Se você quer conhecer mais sobre a realidade das pessoas com nanismo, aqui vão algumas dicas de como e onde começar.
A primeira fonte para se buscar informação, a fim de se romper com o preconceito, é conversar com as próprias pessoas com nanismo. Um bom diálogo direto quebra muitos paradigmas.
Em conversas ou nas redes sociais, evite se referir a uma pessoa com nanismo como anão ou qualquer outra expressão que a rotule. Tratar com respeito é um comportamento fundamental sempre. Chame-a pelo nome.
No ambiente escolar, onde a criança e o adolescente têm relações humanas intensas, é interessante estimular a aprendizagem e estimular o convívio, para entender as dificuldades e possibilidades que todos têm. Isso ajuda a mitigar o preconceito.
Aqui no Brasil, uma das principais fontes de informação sobre as pessoas com nanismo é o movimento Somos Todos Gigantes, idealizado pelo casal Juliana Yamin e Marlon Nogueira, pais do Gabriel, que tem nanismo, e da Laura e do Fernando. Para saber mais sobre o movimento e as ações acesse o site do Instituto Nacional de de Nanismo
Além de criar o site para reunir informações, são responsáveis pela campanha de comunicação chamada #somostodosgigantes para chamar a atenção ao tema e desconstruir preconceitos.
A partir daí, surgiu o movimento que deu origem ao portal de notícias com o mesmo nome e ao projeto de lei que criou o Dia Nacional de Combate ao Preconceito Contra as Pessoas com Nanismo, celebrado todo dia 25/10.
Agora é com você. Já pensou como você pode contribuir para diminuir esse preconceito e ajudar outras pessoas a respeitarem as pessoas com nanismo?
Créditos da imagem: Arthur Calasans – Amanajé Fotografia