Organização colombiana adapta brinquedos para promover a inclusão

Organização colombiana adapta brinquedos para promover a inclusão

A Fundação Ayuda para Todos leva os brinquedos para promover a inclusão em escolas, instituições, hospitais e bibliotecas e ajudar no combate ao bullying e fomentar discussões sobre diversidade.

Na Colômbia, segundo informações do governo, mais de 7 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência. Essas pessoas enfrentam inúmeros desafios como a dificuldade para se inserir no mercado de trabalho, a ausência de recursos de acessibilidade nas cidades e a falta de representação na cultura e nas políticas públicas do país.

A Fundação Ayuda para Todos, que trabalha há 10 anos pela inclusão de pessoas com deficiência, acredita que muitos desses problemas são causados pela invisibilidade dessa população. Por isso, no final do ano passado, Felipe Betancur, diretor da organização criou o projeto “Juguetes como Yo” (“Brinquedos como Você” em uma tradução livre), que adapta brinquedos já bastante populares entre as crianças, para criar uma identificação maior com pessoas com deficiência ou alguma condição de saúde adversa, que se manifeste principalmente na aparência física. São brinquedos para promover a inclusão e fomentar importantes discussões sobre diversidade.


Os brinquedos são modificados para representar condições de deficiência comuns em adultos e crianças como o Mario Bros que usa um andador, a boneca Elsa da animação Frozen que usa um aparelho auditivo, o Papai Noel cego que usa bengala, um boneco bebê com uma mancha no rosto, entre muitos outros. Segundo Felipe as adaptações, feitas artesanalmente, buscam combater a heteronormatividade dominante na indústria de brinquedos.

Foto da cabeça da boneca Elsa, da animação Frozen, que um implante coclear.
Boneca Elsa da animação Frozen, com um implante coclear

“É tudo feito de forma caseira, com um custo muito baixo. Queríamos que quando brincassem as crianças aprendessem sobre inclusão, que elas contribuíssem para a sociedade e que enxergassem a deficiência como algo normal”, afirmou Betancur.

O projeto segue um movimento criado nos EUA, por pais de crianças com deficiência, chamado Toys Like Me, que desafia a indústria a criar opções de brinquedos que valorizem a diversidade. O objetivo é que a criança se sinta representada e se identifique com os brinquedos. Um desafio, aliás, para a área de entretenimento como um todo, já que a pessoa com deficiência é pouco representada na televisão, em livros, em revistas e filmes, principalmente em papéis de protagonismo.

Boneco do Sr. Incrível que usa um cilindro de oxigênio.
Sr. Incrível com cilindro de oxigênio

Os brinquedos da “Juguetes como Yo” são levados para uso em jardins de infância, escolas, bibliotecas, hospitais, fundações e outros para serem usados como ferramenta para fomentar as discussões sobre inclusão e diversidade. Os brinquedos acompanham uma cartilha que dá dicas sobre terminologia, convivência e respeito pela diferença. Podem ser usados por educadores e pais como forma de mediar diálogos sobre o tema, de forma lúdica e divertida.

Boneco bebê que tem uma grande mancha vermelha que toma metade do seu rosto.
Boneco com mancha no rosto.

Para saber mais sobre o projeto acesse o vídeo do Felipe Betancur (em Espanhol) explicando o projeto.

ou encaminhe um e-mail para juguetescomoyo@gmail.com