Quantos livros escritos por pessoas negras você já leu?

Quantos livros escritos por pessoas negras você já leu?

Compartilhamos um pouco da nossa jornada literária na diversidade de perspectivas com livros escritos por pessoas negras.

Sejamos todos antirracistas. Não basta apenas não ser racista, precisamos combater o racismo. Você certamente já ouviu isso por aí. Mas como fazer? Por onde começar?

Antes de responder, precisamos dizer que esse texto é sobre literatura, livros e boas histórias. E a resposta da pergunta vem justamente de um livro, do Pequeno Manual Antirracista”, da filósofa Djamila Ribeiro. Ali você vai ver que ser antirracista envolve informação, consciência, reconhecimento de privilégios sem culpa mas com responsabilidade, atitude e grandes e pequenas mudanças na rotina.

E é esse o nosso ponto de partida. Uma pequena mudança de rotina que teve grande impacto em nossas vidas. No texto de hoje vamos compartilhar nossa jornada literária, que iniciou em 2022, quando seguimos a dica de Djamila e decidimos naquele ano somente ler livros escritos por pessoas negras.

Podemos adiantar que a experiência foi incrível! 

Foram livros brasileiros e estrangeiros, realistas, verdadeiros, que retratam o lado da história por muitas vezes oprimido, negligenciado e escondido debaixo do tapete. 

Da literatura decolonial de Itamar Vieira Júnior com o “Torto Arado” ao afrofuturismo de Octavia Butler em “Kindred: laços de sangue”. Da Nigéria das décadas de 80 e 90 contada por Ayobami Adebayo em “Fique Comigo” à história de uma jovem nigeriana e sua vivência nos Estados Unidos em “Americanah” de Chimamanda Ngozi Adichie. Das “Heroínas negras brasileiras em cordéis” de Jarid Arraes à literatura juvenil de Angie Thomas com o “Ódio que você semeia”

A lista segue com o visceral “Porco de Raça” de Bruno Ribeiro à narrativa realista e crítica de Jeferson Tenório em “O avesso da pele”. E por fim, com o tema do colonialismo e escravidão em “Eu, Títuba, bruxa negra de Salém” de Maryse Condé.

Recomendamos cada um deles e incentivamos a ampliação da indicação de livros escritos por pessoas negras nas salas de aula, nas graduações e pós, nas listas de livros, nos blogs e redes sociais, na literatura brasileira e estrangeira, na ficção e não-ficção. E não apenas nos temas relacionados diretamente com inclusão e diversidade, mas também em todas áreas de conhecimento. 

Listamos alguns benefícios que essa experiência nos trouxe:

1. Diversidade de perspectivas: conhecemos uma perspectiva muitas vezes negligenciada na literatura. Vivências diversas ajudam a ampliar a nossa visão de mundo.

2. Representatividade: ajudamos a ampliar a visibilidade e o reconhecimento dessas vozes.

3. Empoderamento: ao mesmo tempo que educam e criam empatia entre leitores, essas obras podem fortalecer outras pessoas negras

4. Conhecimento histórico e cultural: tremenda oportunidade de aprender sobre eventos históricos importantes e a contribuição significativa das pessoas negras para a sociedade.

5. Quebrar estereótipos: o lugar de fala desafia estereótipos prejudiciais e oferece uma visão mais rica e complexa das experiências negras. 

6. Busca por referências: existem diversos grupos, movimentos e pessoas com ótimas indicações de livros que prezam pela diversidade. Conhecer essa turma também foi um ganho incrível. 

Achamos importante compartilhar essa nossa experiência para tentar contagiar as pessoas a ingressarem mais nas narrativas inclusivas. Acreditamos que ler livros de escritores negros e escritoras negras é uma maneira de promover a inclusão e a igualdade, além expandir nossos horizontes literários, nossa visão e conhecimento sobre o mundo. 

É isso aí! Nós já estamos na pilha para começar o próximo livro. E você? Gostaria de nos indicar a nossa próxima leitura?