Que o trabalho é fundamental na vida de qualquer pessoa ninguém tem dúvida. Mas para o profissional com deficiência, o impacto do trabalho é ainda mais significativo. Saiba o porquê neste post do Santo Blog.
Para uma pessoa com deficiência, ser produtiva e estar no mercado de trabalho é a maneira mais eficaz de colocar as capacidades e habilidades dela em prática, e o melhor de tudo, receber uma remuneração digna por isso.
E não importa se ela é contratada pelo regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) ou mesmo atua como empreendedora.
Parece óbvio para qualquer um, não é? Não para uma pessoa com deficiência. O preconceito em relação a ela está ligado intimamente à incapacidade de fazer algo de forma rotineira. Isso é conhecido como capacitismo.
Análise por competência
Na maioria das vezes, a empresa que vai contratar o profissional analisa a deficiência antes de avaliar a competência. Isso é um grande equívoco. Encontramos esse comportamento em muitos profissionais de RH e gestores de empresas.
E você já reparou que um emprego para uma pessoa com deficiência pode surgir antes de uma oportunidade de formação acadêmica?
Fugindo da lógica da maioria, isso ocorre porque, muitas vezes, a pessoa com deficiência fica sem acesso à educação. Geralmente por falta de acessibilidade, programas especializados e condição financeira da família.
Impacto do trabalho
Assim, só depois de começar a trabalhar, grande parte por causa da Lei de Cotas (Lei Federal 8.123/1991), a pessoa com deficiência consegue investir mais na formação acadêmica e profissional dela.
Mas este post não é para falar sobre essa legislação, mas sim, da importância que o trabalho tem na vida pessoal, profissional e social de uma pessoa com deficiência.
Quando um profissional com deficiência começa a trabalhar, ele aciona uma série de mecanismos que vai alterar completamente a própria vida e tudo que está em seu entorno.
Autonomia
No trabalho, além de executar as tarefas para as quais foi delegado, ele passa a ter autonomia em diversos aspectos. O principal deles é o financeiro. Com dinheiro no bolso ou na conta do banco, a pessoa com deficiência passa a definir sua prioridade de consumo e investimento.
Pode ser sustentar uma casa, estudar mais, viajar, ou seja, satisfazer os desejos e necessidades de uma pessoa como qualquer outra.
A importância do convívio
Uma mudança significativa é que o trabalho traz oportunidades de convívio social intenso entre os colegas da empresa. Além do espírito de equipe, a interação contribui com o melhor entendimento sobre como é viver em sociedade.
No ambiente profissional, contar com uma pessoa com deficiência na equipe faz com que a empresa aprenda a conviver com a diversidade. Isso deve ocorrer em todos os níveis hierárquicos.
Vamos a um exemplo?
Como já mencionamos, a dificuldade de uma pessoa com deficiência para conquistar um emprego está sempre no olhar que destaca a incapacidade dela para o trabalho.
Mas como abordamos no post Mapeamento de cargos: sua importância na inclusão de profissionais com deficiência, é possível se preparar para enfatizar habilidades profissionais, tirando o foco da deficiência.
E você se lembra que comentamos sobre a independência financeira? Já dá para imaginar que a remuneração da pessoa com deficiência vai permitir que ela frequente comércios e usufrua de serviços.
Empoderamento
Esse é o terceiro impacto no trabalho para a pessoa com deficiência. As mudanças anteriores potencializam o empoderamento para reivindicar uma sociedade mais inclusiva.
Por isso, quando não houver a acessibilidade adequada, ela vai se sentir com mais condições de cobrá-la. Afinal, ela é mais uma consumidora e o ambiente precisa ser acessível a todos e todas.
Além disso, essa pessoa se torna um cidadão, contribui para a aquecer a economia e, acima de tudo, pode exercer sua cidadania.
Agora que você sabe por que o trabalho impacta profundamente na qualidade de vida e na inclusão das pessoas com deficiência.
Pingback: A visibilidade do profissional Trans - Blog Santa Causa