Dos and don’ts da diversidade sem hipocrisia

Dos and don’ts da diversidade sem hipocrisia

Se você adora uma lista, pega essas dicas sobre o que fazer e o que não fazer na hora de preparar os “dos and don’ts” da diversidade na sua empresa

Todo mundo adora uma lista do que fazer (e não fazer). É uma espécie de atalho somado com conselho amigo (aquele conselho que mesmo de graça você curte, sabe?). Aliás, já estamos há algum tempo na era das listas organizadoras. Nós mesmos da equipe causadora sempre recorremos a elas naqueles momentos que temos um milhão de coisas para fazer e não sabemos como começar. O fim dessa história você já conhece… tentamos fazer tudo ao mesmo tempo, e no fim do dia o resultado é que não fizemos nada.

Em nossas consultorias, conversas e nos papos em eventos e reuniões tem se tornado frequente ouvirmos que as listas também têm sido incorporadas dentre as ações de diversidade das empresas. Elas ganham força nos chamados “Dos and Dont’s” da diversidade. Show! Temos ali informação rápida, direta e resumida sobre o que fazer e o que não fazer. Isso é bom! Comunicam rápido e objetivamente. Mas alguns cuidados devem ser tomados, tanto na elaboração deste material, como na sua aplicação na rotina acelerada do trabalho. Apontamos alguns a seguir: 

Uma lista de atitudes

O primeiro ponto é que não é uma lista de coisas ou uma lista de supermercado, mas sim uma lista de atitudes, com a indicação de atitudes inclusivas e de comportamentos indesejados. E isso, naturalmente, exige mais atenção em sua elaboração!

Cuidado com as omissões e ausência de referências

Algumas vezes uma lista não dá espaço para explicações e é preciso entender o motivo pelo qual determinados comportamentos ou termos não são adequados para que sejam incorporados de maneira mais orgânica. As pessoas devem entender porque não devem usar determinadas expressões, o impacto das micro-agressões e serem estimuladas a exercitar a empatia. 

Sua criação deve envolver pessoas diversas

Aqui falamos do envolvimento de pessoas de áreas diversas, distintos níveis hierárquicos, com protagonismo das pessoas de grupos minorizados, individualmente ou representantes de grupos de afinidades, que sintam na pele os desafios e barreiras de inclusão, respeitando o lugar de fala de todas as pessoas.

Cuidado com as colchas de retalhos

O trabalho de benchmarking e de pesquisa é fundamental. Não é necessário reinventar a roda, mas é preciso cuidado. Afinal, cada empresa tem a sua cultura, cada setor tem as suas particularidades e cada grupo de pessoas estabelece as suas regras (ainda que algumas precisam de um “banho de loja completo” da diversidade). Os exemplos devem ser inspiracionais, mas cuidado com o Ctrl+C e Ctrl+V sem o conhecimento necessário. O modelo pode ter erros conceituais graves, usar expressões inadequadas, não seguir um propósito legítimo de inclusão.  Além disso, alguns textos fora do contexto podem perder o sentido, ou pior, assumir um significado avesso à inclusão.

Por falar em contexto, pense no seu contexto!

Os dos and dont’s tem como característica ser uma informação rápida, podendo ser mais formal ou informal, dependendo da cultura da empresa. No entanto, deve ser encarado como um documento e estar associado ao conjunto de ações de diversidade, equidade e inclusão da empresa. 

Tenha transparência nos procedimentos adotados

É importante também conhecer as consequências, procedimentos e condutas adotadas diante desses comportamentos. Por isso, deve trazer referências a outros documentos como Códigos de Conduta, Procedimentos contra discriminação, assédio e preconceito, ou (melhor ainda) a uma Política de Diversidade, que reforce o engajamento da empresa com o tema. 

Envolva quem entende do assunto 

Em geral, os dos and dont’s podem ser poderosas dicas de condutas para ajudar a combater a discriminação e estimular o devido respeito à diversidade. Mas, como dissemos, sua construção deve ser cuidadosa e conduzida com a devida seriedade que o tema merece. É importante contar com pessoas, de dentro da empresa ou de consultorias, que conheçam, tenham engajamento, estudem e se dediquem ao assunto. 

E, para finalizar, não podemos deixar de mencionar a questão da hipocrisia, e isso vale para qualquer ação ou estratégia de inclusão e diversidade. Jamais deixe-se levar pela hype do momento. Não deixe o propósito de lado. O grupo que trata dessas questões precisa ser incisivo e vigilante para que a empresa construa uma cultura de diversidade verdadeira. E que essa cultura seja legítima e perceptível em todas as suas ações: na formação de equipes diversas, com pessoas de grupos minorizados em todos os níveis, com representatividade nas comunicações, com participação e responsabilidade nas relações com a comunidade, com clientes e toda a sua cadeia fornecedora.

Essa é apenas uma curta lista da equipe causadora com algumas dicas sobre o que fazer e o que não fazer na hora de criar os dos and don’ts da diversidade em sua empresa. Gostou? Se tiver algumas dicas também e quiser, manda para gente! 

E por falar em “dos“, o dia nacional da pessoa com deficiência está chegando! Veja aqui as dicas de ações de conscientização para empresas e organizações realizarem em referência ao dia que a equipe causadora reuniu para você.