Cerca de 285 milhões de pessoas tem algum tipo de deficiência visual em todo o mundo e destas, aproximadamente 150 milhões, usam o braille. O Dia Mundial do Braille ocorre a 4 de janeiro.
De acordo com a National Braille Week (evento que acontece no Reino Unido com a participação de diversas pessoas e organizações), cerca de 150 milhões de pessoas usam braille – um sistema de código com ponto em alto relevo – como uma forma de alfabetização, pois permite aos usuários soletrar, usar pontuação e formatar o texto em uma página.
O inventor do braile foi Louis Braille. Ele nasceu em 4 de janeiro de 1809 (considerado o Dia Mundial do Braille) na cidade de Coupvray, no norte da França. O pai de Louis trabalhou como fabricantes de selas para cavalos em sua vila, durante toda a sua vida. Quando Louis estava com três anos sofreu um acidente. Foi atingido no olho, possivelmente por uma ferramenta da oficina do pai. Apesar de receber tratamento médico, a ferida infeccionou e acabou por atingir o outro olho. Com cinco anos o menino Louis estava completamente cego. Apesar de trágico, o acidente levaria ao nascimento do braile.
Louis Braille estudou no Instituto Nacional para a Juventude Cega em Paris. Em 1821, ele soube de um sistema de comunicação inventado pelo capitão Charles Barbier do exército francês, que usou um código dos pontos e dos traços no papel grosso que poderia ser sentido pelo toque. Isso permitiu que os soldados se comunicassem no campo sem falar ou usar a luz, o que alertaria os inimigos sobre o seu paradeiro.
Inspirado pelo sistema, Louis Braille criou uma versão muito mais simples e com 15 anos ele formou seis pontos que podiam ser usados de 63 maneiras para formar um código tátil que podia ser lido com as pontas dos dedos.
Seu código foi facilmente adaptado para outras línguas além do francês, permitindo que as pessoas cegas e com deficiência visual pudessem ler mais facilmente e mais rapidamente.
Ele publicou seu sistema em 1829. Em 1833 recebeu a oferta de se tornar professor, ensinando história, geometria e álgebra, bem como o seu próprio sistema de Braille. Ele publicou livros explicando como usar seu código, que incluía pontos e traços para demonstração.
Em 1834, quando Braille estava com aproximadamente 20 anos, ele demonstrou o uso de seu sistema na Exposição de Indústria em Paris, o que ajudou a espalhar ainda mais o conhecimento sobre o código. No entanto, o Instituto Nacional para Jovens Cegos, que Louis trabalhou, ainda se recusava a adotar oficialmente seu sistema.
Somente em 1854, dois anos depois de Louis Braille ter morrido, o sistema foi adotado por uma escola em Amsterdã, na Holanda, como forma primária para o aprendizado da leitura e escrita por pessoas cegas ou com deficiência visual.
Em 1952, as realizações de Louis Braille foram finalmente reconhecidas pelo governo francês e seu corpo foi exumado do cemitério da aldeia em Coupvray e sepultado no Panteão de Paris. Entretanto, o prefeito de Coupvray insistiu em ter as mãos de Braille removidas e enterradas no cemitério da vila. Ao longo das décadas, o uso do sistema Braille espalhou-se pelo mundo.
Tradução livre do original em inglês: